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O juiz da 2ª Vara Criminal de Suzano, Celso Maziteli Neto, decretou ontem, a prisão preventiva dos quatro policiais militares envolvidos no caso do sumiço do jovem Alan Patrick Soares, de 17 anos, em março deste ano. Maziteli acatou a denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP) que alegou que os policiais, do 17º Batalhão: Renato Carlucci Alves dos Santos (sargento), Abery Tadashi Cabral Takano (sargento), Claudio Silveira Gomes (cabo) e Alexandre Alves de Carvalho (soldado) são culpados pelos crimes de: homicídio doloso qualificado, ocultação de cadáver e abuso de poder. A prisão preventiva não conta com um prazo determinado, então, os envolvidos neste delito poderão permanecer detidos no Presídio Militar Romão Gomes, na capital até o julgamento. Eles já foram mantidos presos provisoriamente pela Justiça Militar por 30 dias, cujo prazo vence hoje.

Caso sejam condenados, eles poderão cumprir até 30 anos de pena, já que de acordo com o Código Penal, o crime de homicídio doloso qualificado tem sentença prevista de12 a30 anos.

No mandado, foi redigido que a prisão preventiva era necessária para garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal.

Novos detalhes

O DAT apurou com fontes que investigam este caso que a PM não tem dúvidas que estes quatro policiais são realmente os autores destes crimes. Várias provas garantem esta certeza: testemunhas confirmaram que uma viatura da Força Tática com quatro integrantes (no dia do acontecimento, apenas a viatura destes policiais contava com quatro passageiros) abordou o jovem na moto, esta mesma viatura foi autuada em um radar na rua Dr. Prudente de Moraes no momento da perseguição e foi confirmado através do sinal de telefone que os policiais estavam, as 2h30 na avenida José Anchieta, em Bertioga quando receberam uma ligação do batalhão. Há também um vídeo de segurança de uma empresa na estrada do Areião, em Suzano, que filmou a viatura. Mesmo com todas estas provas, os policiais suspeitos negam as acusações.

Os laudos dos exames de DNA do sangue encontrado na parte traseira da viatura e nas peças de roupas encontradas no rio Guacá, em Bertioga, ainda não foram concluídos. Assim como também a confrontação balística – porém, na estrada do Areião os cartuchos encontrados seguem a numeração utilizada pela PM.

Confirmação

No inicio da noite de ontem, o DAT procurou o comandante do 32º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), Aparecido Pavanelli, uma vez que a ocorrência foi no Jardim Maitê, em Suzano – área de patrulhamento do 32º. O tenente-coronel confirmou o recebimento dos mandados.

Publicado por: Diário do Alto Tietê
Em: 13/05/2011
Por: Vivian Turcato

Os deputados estaduais que representam o Alto Tietê irão cobrar providências do Comando Geral da Polícia Militar sobre os casos de violência policial recentemente registrados na região. Eles querem que o sumiço do jovem Alan Patrick Soares, em Suzano, e o assassinato do desempregado Dileone Lacerda de Aquino, em Ferraz de Vasconcelos, sejam esclarecidos o mais breve possível.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputado José Candido, enviará requerimento ao comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, Álvaro Camilo, solicitando a apuração dos fatos. “Acredito que tudo isso seja resultado da falta de preparo psicológico do efetivo da PM. Sabemos que estes profissionais recebem pouco e a ferramenta de trabalho deles é uma arma de fogo. Há a necessidade de se repensar o trabalho na área psicológica”, argumentou.

Está será a mesma atitude da deputada Heroilma Tavares (PTB). “Pedirei mais explicações ao Comando Geral da PM sobre estes casos, além de solicitar providências”, revelou. Heroilma disse ainda que a Frente Parlamentar poderá abordar esta questão. “É de fundamental importância a integração dos deputados estaduais para questões na área de segurança para a nossa região”, opinou.

O deputado Luiz Carlos Gondim (PPS) disse que está estudando a melhor maneira para solicitar providências ao Comando da PM. Gondim deixou claro que estes casos de abuso policial, na sua análise, prejudicam a imagem da PM. “Todas as condutas arbitrárias são prejudiciais. Precisamos estudar a fundo este problema para saber o que é melhor para todos”.

Acreditando que toda a Polícia Militar não pode ser julgada por estes casos, o deputado Estevam Galvão (DEM) argumentou que o problema é a presença de “maus policiais”. “É uma porcentagem muito pequena de todo o efetivo da PM que pode ser considerada como maus policiais. Mas é claro que essas atitudes respigam na corporação”, disse.

Casos
Os dois casos que chocaram o Alto Tietê aconteceram em um intervalo de apenas um dia.
Há aproximadamente um mês, o estudante Alan Patrick Soares, de 17 anos, teria saído de Suzano com o amigo Bruno Henrique da Silva Santo, de 19 anos, para roubar uma moto em Mogi das Cruzes. Desde então seu corpo está desaparecido.

No dia seguinte, o desempregado Dileone Lacerda de Aquino, de 27 anos, levou um tiro no peito no cemitério Parque das Palmeiras, no Núcleo Itaim, em Ferraz, por PM´s do 29º Batalhão. O caso só foi noticiado esta semana com a divulgação da ligação feita por uma mulher ao Centro de Operações da PM (Copom) de São Paulo. Ela teria visto o crime e anotado as placas da viatura.

Publicado por: Diário do Alto Tietê
Em: 06/04/2011
Por: Vivian Turcato

Adolescente segue desaparecido

Os policiais militares envolvidos no desaparecimento do estudante Alan Patrick Soares, de 17 anos, foram indiciados por homicídio e ocultação de cadáver. O indiciamento ocorreu depois que os sargentos Takano e Carlucci, o cabo Silveira e o soldado Carvalho foram interrogados na sede do Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital. O garoto sumiu no dia 11 de março.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, explicou ontem, em nota publicada no site do governo, o afastamento do tenente-coronel Paulo Roberto Madureira Sales, e do capitão da Força Tática, Eduardo Rangel, do 17º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano (BPM/M). “A tropa tem de ser cobrada, tem de haver mais compenetração por parte do capitão, ele é o elo entre aquela tropa e o comando. Ele tem de exigir de seu policial e tem de ter discernimento para saber qual policial não serve para trabalhar na rua e deve ser recolhido para um trabalho interno”.

Os quatro policiais estão detidos no Romão Gomes desde o dia 14. Na ocasião, o comandante do 32º Batalhão, Aparecido Pavanelli, ordenou a prisão temporária dos suspeitos para que nada atrapalhasse a investigação. Pavanelli reforçou que a Polícia Militar não compactua com crimes cometidos por representantes da corporação.

“A partir do momento em que eles foram indiciados, estes policiais deixaram de ser suspeitos para se tornarem acusados”, explicou o porta-voz do 32º Batalhão, o capitão Felício Kamiyama.

Histórico
Os quatro policiais são suspeitos de perseguir o jovem até Suzano após um roubo em Mogi. Uma testemunha alega ter visto o garoto ser abordado pelos PMs. Um agasalho dele foi encontrado no rio Guacá, em Bertioga, com marcas de tiro.

A PM aguarda as perícias de um vídeo de uma empresa localizada na estrada do Areião e o exame de DNA do vestígio de sangue encontrado na parte traseira da viatura com o sangue da mãe do estudante, a comerciante Jaqueline Rose Lago Soares, de 33 anos.

Publicado por: Mogi News
Em: 31/03/2011
Por: Vivian Turcato

O comandante do 17° Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Paulo Roberto Madureira Sales, foi afastado do cargo na tarde de ontem. A decisão partiu do Comando Geral da PM e da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP). A nomeação de um novo comandante para o batalhão que responde por Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Guararema e Salesópolis deve sair ainda hoje. Um dos prováveis substitutos cogitados é o major José Francisco Braga, que trabalha no 35° BPM em Itaquaquecetuba e deve ser promovido a tenente-coronel. Além de Sales, o capitão Eduardo Rangel, que respondia pela Força Tática do 17°, também foi afastado.

Um dos motivos que desencadeou essa determinação foi o caso do sumiço do estudante Alan Patrick Soares, de 17 anos. O adolescente, que é acusado de cometer um roubo de uma moto em Mogi está desaparecido desde 11 de março e existem indícios que levam a crer que quatro policiais da Força Tática de Mogi tenham executado e escondido o corpo. “Além desse caso, existem várias outras não conformidades que ocorreram no 17º e isso fez com que a PM e a SSP decidissem pelo afastamento”, informou o comandante do Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPA/M-12), coronel Antônio Carlos Imperatriz. Ele não entrou em detalhes sobre as “não conformidades”.

Sales estava afastado do batalhão há cerca de uma semana, quando foi obrigado sair de licença prêmio. “Esse primeiro afastamento ocorreu para que pudéssemos ter isenção na investigação desse crime ocorrido em Suzano, mas a SSP adotou há algum tempo a estratégia de afastar os comandantes em casos como esse”, explicou o oficial.

Segundo Imperatriz, deve ser revelado hoje o nome do novo comandante. “Essa é uma decisão que parte do comando, mas com certeza vai ser alguém que conhece a região e que não esteja para se aposentar. Essa foi uma solicitação feita pelo prefeito (Marco Aurélio Bertaiolli, DEM) no momento em que eu lhe comuniquei essa decisão”, comentou.

Segundo o DAT apurou, entre quatro nomes cogitados, o mais provável é que o major Braga, de Itaquá seja escolhido.

Os quatro oficiais da Polícia Militar de Mogi das Cruzes acusados de atirar e desaparecer com o corpo do jovem Alan Patrick, de 17 anos, após perseguição de Mogi das Cruzes até Suzano, serão ouvidos na próxima quarta-feira em São Paulo. Os depoimentos dos policiais devem ser prestados no período da manhã. Todos eles seguem detidos temporariamente desde o dia 15 no presídio militar Romão Gomes, na capital. As informações foram repassadas pelo comandante do 32º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) de Suzano, tenente-coronel Aparecido Pavanelli.

De acordo com o comandante, os oficiais (sargentos Takano e Carlucci, cabo Silveira e soldado Carvalho) não serão soltos “em hipótese alguma”. “Eles não serão colocados em liberdade diante do que aconteceu. No entanto, é preciso respeitar um processo”, disse, referindo-se às etapas de investigação. “E isso precisa ser feito”, reforçou.

Pavanelli também respondeu quanto às solicitações da população e de familiares do jovem desaparecido que “vêm pedindo por justiça”. “Ela já está sendo feita. Primeiro, eles estão presos sob a guarda da Justiça, não administrativamente”. Ainda conforme ressaltado pelo tenente-coronel, por mais que a prisão dos quatro oficiais suspeitos tenha sido decretada por 30 dias pelo juiz corregedor do Tribunal de Justiça Militar (TJM), Luiz Adalberto Moura Cavalcante, ela poderá ser prorrogada por igual período.

“E, ainda assim, quando esse período terminar, será apresentado um pedido de prisão preventiva. Eles continuarão presos aguardando julgamento”, disse.

Caso
O jovem Alan Patrick desapareceu após perseguição dos PMs há duas semanas. O adolescente roubou uma moto em Mogi acompanhado do amigo Bruno Henrique da Silva Santos, de 19 anos. Na fuga, a dupla teria sido perseguida até a Estrada do Areião, no Jardim Maitê, em Suzano. A viatura da PM utilizada pelos oficiais na ocasião é da Força Tática do 17º BPM.

Segundo relatos de testemunhas, os policias teriam arrastado Alan Patrick pela via. A população também teria escutado disparos de arma. Depois foram encontrados cartuchos de munição ponto 40, o mesmo utilizado em armamentos da PM, além de vestígios de sangue.

Publicado por: Diário de Suzano
Em: 25/03/2011

Cerca de 80 pessoas, entre amigos e parentes do estudante Alan Patrick Soares, de 17 anos, desaparecido desde a última sexta-feira após ser perseguido por policiais militares, se reuniram ontem à noite na praça dos Expedicionários, no centro de Suzano, para protestar contra a PM e cobrar agilidade nas investigações sobre o sumiço do adolescente. Os pais participaram do encontro e se emocionaram com o apoio das pessoas.

Por volta das 18h30, donas de casas, jovens e crianças chegavam à praça vestidas com camisetas com a foto de Alan Patrick e com cartazes de protesto. As frases escritas demonstravam o sentimento deles: “Este é o País em que vivemos”, “A nossa segurança é a polícia que mata”, “Polícia para prender ou para matar?”, “Cadê o Alan?” e “Onde está o nosso amigo?”.

O protesto foi pacífico e não atrapalhou o comércio do centro. “Não queremos fazer barulho ou prejudicar outras pessoas. Só queremos mostrar que o Alan era querido por todos nós e estamos indignados com o que aconteceu”, comentou uma amiga da família, que pediu para não ter o nome publicado.

Para o pai de Alan, o comerciante Sérgio Antônio Soares, 34, a comoção das pessoas mostra que o filho não era uma má pessoa e não merecia ser assassinado pelos policiais. “Não estou passando a mão na cabeça dele (Alan). Se ele fez algo errado, tem que pagar, mas não desse jeito. Os policiais não deram chance dele se explicar, bateram e atiraram nele, e depois ainda sumiram com o corpo”, desabafou.

O pai falou sobre uma informação nova do caso. Segundo ele, o filho foi espancado por quase 30 minutos antes de ser baleado. “Testemunhas o viram apanhando. Falaram que os PMs ficaram com meu filho na estrada do Areião (no Jardim Maitê, em Suzano) uns 40 minutos antes de disparar e sumir com o corpo.

Os manifestantes pretendem fazer uma passeata no próximo sábado. Ontem de manhã, os bombeiros realizaram novas buscas próximo ao rio Guacá, nas margens da rodovia Mogi Bertioga (SP-98), local onde um denunciante disse que o corpo teria sido jogado, mas nada foi encontrado.

Publicado por: Diário do Alto Tietê
Em: 18/03/2011